A Inteligência Artificial (IA) está a transformar diversas indústrias, mas também representa um desafio crescente no combate à pirataria digital. No III Colóquio Internacional sobre Pirataria de Conteúdos Audiovisuais, iremos fazer um ponto de situação sobre a pirataria digital em Portugal e no Mundo e especialistas nacionais e internacionais irão debater, entre outras matérias, a forma como a IA está a ser utilizada tanto para facilitar infrações como para proteger os direitos de autor.

Será a IA uma aliada ou uma inimiga da Propriedade Intelectual?

Os piratas digitais recorrem à IA para automatizar a distribuição de conteúdos ilegais, manipular algoritmos e evitar sistemas de deteção. Tecnologias como deepfakes, modificação de ficheiros audiovisuais e campanhas de phishing personalizadas tornam a pirataria mais sofisticada e cada vez mais difícil de rastrear. Estarão as televisões e as produtoras de conteúdos e preparadas para combater as novas formas de pirataria digital?

Este não é um cenário hipotético – há notícia de que a IA já está a ser utilizada para cometer fraudes, ciberataques e falsificação de identidade, gerando prejuízos estimados em 10 mil milhões de euros em 2024. O avanço da tecnologia colocada ao serviço do crime exige novas estratégias e soluções inovadoras para proteger a propriedade intelectual e a segurança digital. O crime não é sem vítimas. Criminosos somos todos, ao compactuarmos.

Por outro lado, a crescente profissionalização da pirataria digital coloca novos desafios aos titulares de direitos e a facilidade de “deslocalização virtual”, navegação anónima e acesso a meios tecnológicos sofisticados como VPNs e DNS alternativos torna mais exigente o combate à pirataria digital, sendo também necessários novos recursos legais para lhe dar suporte.  Este será outro tema a tratar durante o III Colóquio Internacional sobre Pirataria de Conteúdos Audiovisuais.